Friday, April 29, 2016

O que ficamos sabendo...


Nos últimos tempos aprendemos muitas coisas novas. Aprendemos que um avião desses grandes sumir é muito mais fácil do que a gente pensava. Que o Putin, bem lá no fundo, tem vontade de formar novamente a União Soviética. Que capitães de navios que afundam, abandonam o dito cujo muito mais comumente do que pensávamos. Que a lua Enceladus, que orbita ao redor de Saturno, tem um pequeno oceano. Que existe um planeta – o Kepler 186f – extremamente parecido com a Terra. Que além de tiroteio em massa, existe também esfaqueamento em massa. Que ainda há grandes avalanches no Monte Everest. Que está havendo secas enormes e sem precedentes nos Estados Unidos e no Brasil.
Que a corrupção continua, porém,  a gente já sabia. Que existe gente muito preconceituosa em todo o mundo, também. Que a distância entre ricos e pobres está aumentando, faz muito tempo que a gente sabe. Bom, coisas ruins sempre existiram, isso todo mundo sabe.

Mas se você está pensando que a outra “Terra”, que acabaram de descobrir, é a solução, você está muito enganado. Ela está a quase 500 anos-luz de distância.  E as notícias, principalmente  as boas, nem de longe viajam a esta velocidade. Vamos, por isso, tentar consertar o que dá, por aqui mesmo... Ou então, se as águas do oceano da Enceladus não forem muito frias, podemos, quem sabe, ficar velejando por lá até os humanos criarem juízo. 
Em alguns poucos anos podemos chegar lá. É só mais uma ideia...



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Wednesday, April 27, 2016

O destino da formiguinha




Uma formiguinha vermelha, agitada, anda veloz com uma enorme folha nas costas. Duas vezes maior que ela. Está sozinha, perdida, longe de sua turma. Um menino, por farra ou por curiosidade, a tinha carregado para longe dos seus. Não a matou. Deixou-a, porém, a uns dez metros de distância do formigueiro. Para ela, certamente isso representa muitos e muitos  quilômetros. Ela, porém, não desiste. Anda, diligente, com aquele enorme peso sobre si. Ela tem certeza de que um dia vai encontrar as suas companheiras, o seu destino.
E o menino, quando crescer, vai conseguir encontrar o seu? 

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Tuesday, April 26, 2016

Bate outra vez com esperanças o meu coração


Bate outra vez com esperanças o meu coração

O Cartola compôs e muita gente cantou. Bate outra vez, com esperanças, o meu coração... E não é de esperanças que a gente vive? Esperando um sonho acontecer, esperando que a desgraça não venha, que venha a felicidade definitiva, para, definitivamente, ficar por aqui. Ficamos esperando que a esperança se realize e que tudo fique bem. Esperando, esperando... Quando adolescentes, esperamos que a garota aceite nosso primeiro beijo, que goste de nós. Adultos, esperamos que o amor seja para sempre. Que, em se acabando, não se transforme em ódio. E que nossos filhos sejam “demais”, é o que esperamos. Esperamos que não entrem jamais em confusão. Se entrarem, esperamos que saiam dela. Com dignidade. Quando velhos, esperamos ir antes da pessoa amada. Não queremos ficar sozinhos.

E depois quando tivermos de ir, talvez não mais precisemos esperar. Mas os que ficam, continuam esperando. Esperando que a vez deles demore a chegar. E, como disse o Cartola, a cada pouco, o coração bate, de novo, com esperanças. E quem sabe, os que ficaram, sonhem meus sonhos por mim...

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Monday, April 25, 2016

Bebês da era cibernética



Bebês da era cibernética

Cavaleiros inclementes, insolentes,
vindos dos mortos das eras medievais,
matando com  suicídios banais
os bebês da era cibernética,
vingando crimes de antigos cavaleiros,
com cruzes e espadas dialéticas,
de tempos antigos, trapaceiros,
que, pensávamos, não viriam mais.
Deuses loucos, nervosos, intrépidos,
guiam suas mentes e seus corpos,
doidos, incoerentes, com almas de plástico.
Desejam, como justa recompensa,
virgens carnais num céu paradoxal.
Esperando estamos, em grande agonia,
um milagre súbito, fenomenal,
ou que nossos tataranetos, enfim,
movidos por ciências futuras,
esmaguem os antigos guerreiros,
sem senso e sem nexo,
assim como seus herdeiros,
numa incrível batalha fatal.
E haverá uma paz certa,
nem que seja inserida num chip
transcendental, sublime,
numa torre alta, monumental,
numa linda cidade de cristal.


...oooOooo...

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Sunday, April 24, 2016

Zero absoluto



Zero absoluto

Eram saudades,
eram vontades,
era um querer…
Éramos nós,
era você,
era eu...
Você foi,
eu fiquei,
sozinho,
só.
Agora não é mais nada,
nem você, nem eu.

Zero absoluto.




À procura de Lucas


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Saturday, April 23, 2016

Lá na distância, uma joaninha

Lá na distância, uma joaninha



José Antunes  morava num rancho bem grande, ao lado de outros tantos, numa grande planície. Do lado sul e leste havia pequenas montanhas, mas dos outros lados a linha reta do horizonte se perdia na vista. Embora estivesse ali, naquele fim de mundo, ele era de razoável cultura e a inteligência. Estava até acima da média. Gostava de olhar a paisagem e conhecia cada ponto dela. Sempre descobria alguma novidade, algo se mexendo, algo que antes não estava lá.
Era uma manhã fria, ele já havia tomado seu café da manhã – imprescindível – e estava fazendo aquela espécie de “supervisão” que fazia em todo começo de dia. Olhou primeiro para o lado da planície. Não havia nada de novo. Algumas nuvens brancas, espalhadas, sem lógica, pelo firmamento. Tentou achar algumas formas, algum desenho, mas não havia nada. No máximo poderia “ver” alguns chumaços de algodão e isso, com muito boa vontade. Seus olhos então foram se dirigindo mais para o lado das montanhas,  para o lado do oeste e do norte. O céu estava mais vazio, mais azul. Primeiro deitou os olhos sobre as montanhas, como se estivesse conferindo sua cor, sua altura. Depois passou para a linha onde elas terminavam e começava o campo. À direita a grande propriedade do Frigorífico dos Andes. Certamente tinham um bom rebanho lá. Havia algumas construções e, vez ou outra,  podia se distinguir uma pequena fumaça indo para o alto. Mais à sua esquerda, havia pelos menos cinco propriedades relativamente pequenas, mais ou menos iguais à dele. Todas tinham algumas  plantações, animais, galpões. Dessa parte até ele vinham duas pequenas estradas de terra, cada uma passando dos dois lados de seu rancho. Ao longo delas, dezenas de pequenas chácaras, quase todas semelhantes à sua. Conhecia alguns dos proprietários. Todas pessoas bem simples, de bons costumes e que adoravam a vida no campo.
Estava quase terminando seu “exame”da paisagem quando notou um pequeno ponto escuro quase ao pé da montanha, provavelmente a uns cinco quilômetros à esquerda da propriedade do frigorífico. Não dava para saber o que era, mas certamente estava se movendo e era bem grande, se comparado às construções que estavam a seu derredor.
Aquilo não seria coisa de deixar José Antunes pensando, mas deixou. Ele tinha intuição para essse tipo de coisa. Era muito comum todo mundo ver perigo em alguma coisa e ele achar que não era nada. O contrário também ocorria. Pois bem, aquele ponto escuro estava incomodando o José. Algo, bem lá dentro de seu ser, estava soltando um alarme. Normalmente essa era a hora em que ele pegaria seu pequeno trator e daria uma volta pelas plantações para ver  se tudo estava em ordem. Pois bem, resolveu ficar. Achou melhor ficar olhando mais um pouco. Pegou sua melhor luneta – ele tinha várias – subiu até onde dava na torre da caixa dágua e lá se instalou.
Ficou assustado quando pôde dar uma olhada melhor na mancha escura. Não era uma mancha, era uma forma bem definida. Parecia um besouro gigante. Estava andando lentamente pelas propriedades. Agora já tinha andado um quarto, mais ou menos, da distância entre o pé das montanhas e sua casa. Pior que isso, percebeu que já estava causando confusão. Ficou bem claro que, pelo menos dois homens estavam, com um rifle, tentando acertar o enorme inseto. Aparentemente, o animal sequer percebia que estava sendo atingido.
O estranho ser estava,agora, quase na metade do caminho. Não estava propriamente vindo direto para a casa do José, mas também não estava longe de sua trajetória.
O José sempre raciocinava com lógica. Não acreditava em sobrenatural ou coisas do gênero. Para ele, sempre havia uma explicação lógica para os fenômenos. Era difícil, porém, nesse caso. A melhor que ele conseguir elaborar foi a ideia de um balão gigante rente ao chão– ou talvez um enorme carro alegórico – que algum louco tinha elaborado para fazer alguma espécie de filme. Talvez até uma publicidade.Tentou procurar no céu um helicóptero sobrevoando o local. Talvez com câmeras, filmando. Não havia nenhum. Talvez estivessem fazendo tomadas do solo mesmo. Ele estava bem de saúde, nunca tivera alucinações em sua vida. Pensou rapidamente em outras possíveis interpretações mas nenhuma fazia sentido.
Ainda assim, permaneceu firme, não se desesperou. O que estava acontecendo, pensou, é que ele não tinha todos os elementos da equação. Talvez com a proximidade do grande “besouro”, ele ficasse sabendo de algum outro elemento que explicasse o fenômeno ou, pelo menos, desse uma boa “dica” do que estava acontecendo. Ele já tinha descido uma vez para buscar um travesseiro para melhor se acomodar. Mais de uma hora tinha se passado desde a primeira visão. Agora havia três elementos novos. Definitivamente a “coisa” estava vindo em sua direção, era bem a maior do que ele tinha calculado – mais de 12 metros de altura, com certeza – e por último, era incrível, aquilo era uma gigantesca joaninha, com suas bolinhas coloridas e tudo. José, agora, estava assustado, e pensou na ironia. Um inseto até bonitinho, do qual as crianças gostam, inocente, ali dando uma de monstro de ficção científica. E era bem real aquele bicho. Lembrou-se de quando, há dois meses atrás, tinha uma na mão, e com uma lente, explicava para sua sobrinha, a composição do bichinho. Ironia, ironia mesmo.
Daí para a frente foi tudo muito rápido. O enorme coleóptero parecia decidido a vir até ele. Parou até de se distrair com outras coisas. De repente, José ficou paralisado pelo terror. Sua razão, porém, ainda funcionava. Lá no fundo, teria de haver uma explicação, sempre há.
A monstruosa joaninha estava agora a apenas 500 metros da torre onde ele se instalara. Foi aí que ele pensou que talvez tivesse sido melhor ter se escondido debaixo de alguma coisa no seu celeiro. O inseto passaria, aconteceria o que tinha de acontecer e ele poderia ver na televisão a explicação daquele evento. Sempre há uma explicação.
Era tarde demais, a “coisa” estava agora a cerca de dez metros de sua posição. Em um segundo percebeu que a torre estava caindo com o impacto. Ao cair, ainda viu as mesmas nuvens da manhã, brancas, contra aquele fundo azul, bonito. Chegou a pensar: o céu é enorme também e as nuvens ficam suspensas lá em cima, sem lógica. A gente acha natural, se acostumou. É assim a cabeça da gente. Talvez houvesse mais lógica no besouro gigante do que no desproporcional céu azul. Mas agora, nada adiantava. Ele já estava caído, quase desfalecido, lá no chão. Fora lançado a uns três metros da torre. Estava vendo só a sombra do bicho que, talvez, estivesse indo embora.

Que nada, agora a enorme cabeça estava abaixando sobre ele, como se o estivesse examinado. Não, não era isso, a joaninha estava mesmo é para comê-lo. Até ouviu quando sua boca começou a quebrar seus ossos. Pela última vez pensou que deveria haver uma explicação. Talvez esses enormes seres sempre existiram e nunca nos foi revelado por motivos governamentais. Tudo é possível, há lógica em tudo. É preciso pensar, raciocinar. Mas para o José, o tempo já havia passado. Ele tinha parado de respirar. Alguém mais tarde, teria de explicar, não o José. Não dessa vez.

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Thursday, April 21, 2016

Nós, o povo


Nós, o povo

Temo a falsa democracia, temo a demografia. Demonstração do poder. Direito de corromper. A maioria é a minoria. Maioria, poder em teoria. O poder na mão de poucos. O poder na mão de loucos. Loucos por poder. Acabou a ditadura? Quem é que atura? Acabou a democracia? Era pura fantasia. Nós somos a maioria, por isso estamos em minoria. Dó maior, dó menor. Dor de todos nós. Povão, dor total. Escala musical, escala social, escola municipal, fim da entidade rural. Volta da aristocracia. Fim do povo, fim do proletariado, fim do legado social, nosso fim.

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Wednesday, April 20, 2016

Sarney e os pinguins


Sarney e os pinguins




O gênio da lâmpada apareceu de supetão à minha frente. Disse que eu poderia pedir o que quisesse nos próximos 60 minutos. Tinha que ser alguma coisa do passado que eu quisesse mudar. Tomado assim de surpresa, fui falando o que me veio à mente, sem qualquer consideração pela lógica e pelo bom senso. Parece besteira, mas entre as poucas coisas que consegui expressar, estava o desejo de que Elvis não tivesse morrido e estivesse cantando até hoje.  Desejei também que os Beatles nunca tivessem se separado. E, para você não pensar que só penso em música, quis em meu coração, que o Hitler tivesse nascido como um besouro no Quênia e assim não pudesse ter feito tanta maldade como ele fez. Daí, acreditem vocês, eu me lembrei do Sarney. Não sei como ele conseguiu entrar numa lista tão seleta como essa. Também não sei por quê, desejei que ele tivesse nascido como pinguim na Antártica. Confesso, foi o que fiz. Com tão pouco tempo e tão curta lista de “pedidos”, não é que ele estava lá? Mas não é culpa minha, ele é que quer estar em todo lugar. Na Academia Brasileira de Letras e em cada metro quadrado de seu estado.
Não sei explicar os fundamentos psicológicos que me levaram a isso. Não existe uma explicação lógica. Talvez, no meu subconsciente, eu tenha achado que ele colocou o Brasil numa fria? Pode ser, mas é tudo especulação. O fato é que, assim que terminaram os 60 segundos, já estava arrependido por não ter sido mais objetivo, mais grandioso em minha lista. Quem pode, entretanto, controlar as forças ocultas da mente?  

A primeira falha grave em que pensei foi não ter desejado que as primeiras bombas atômicas, em Hiroshima e Nagasáki, jamais tivessem sido detonadas. Logo a seguir, me consolei, pensando que, como nesse mundo de fantasias, Hitler teria sido um besouro, nem sequer teria havido a guerra e, muito menos, duas bombas atômicas.  A segunda falha que me veio à mente foi o Sarney. Para ser honesto, não foi bem nele que eu pensei, foi nos pinguins. Acho que fui injusto, coitadinhos deles... Afinal de contas, que mal eles fizeram?


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Tuesday, April 19, 2016

Esquartejando a pátria amada




Está chegando mais um feriado, aquele do nosso herói Tiradentes. Há um tempo atrás, alguns historiadores andaram pondo em dúvida os atributos do nosso querido Joaquim José da Silva Xavier para tão honroso título. Desconheço os argumentos e as provas que possam existir para tão grave afirmação. Espero que estejam enganados. Afinal de contas, precisamos muito de heróis. Melhor ficarmos com os mais antigos, que muitos dos modernos falharam na empreitada.

Quando estava na escola, fiquei impressionado com o fato de que seu corpo foi esquartejado e espalhado em diversos lugares. Fiquei também orgulhoso pelo fato de que assumiu  a culpa, tentando inocentar os outros. De qualquer jeito, faz tanto tempo, não vejo por que ficar tentando desmistificar o inconfidente. Além disso, quem pode garantir que outras grandes personalidades históricas foram exatamente como são agora descritos nos livros? Deixem nosso ídolo em paz. Além disso, existe um símbolo muito forte que vem junto com sua imagem. Como disse há pouco, ele foi esquartejado. E não é isso que aconteceu e continuou acontecendo com a nossa própria pátria através das décadas, dos séculos? O Brasil não foi sempre desmembrado, desarticulado por causa de interesses escusos? Só por nos trazer à tona essa imagem, essa consciência, vale a pena nos lembrarmos dele. 
Isso mesmo, deixem em paz nosso Tiradentes. Há tão poucos como ele na nossa história...

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A crônica acima não faz parte do livro abaixo

Essa vida da gente

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Saturday, April 16, 2016

A diferença que um prego faz

A diferença que um prego faz




O garoto Marcelo, além de lindo, é muito inteligente, já dá para se notar, apesar de ter apenas três anos. Ele está, agora, brincando no tapete do quarto, em sua casa. Antes disso, porém, existe outra história, mas que, na verdade é a mesma...
O Felício colocou todo o entulho que sobrou da construção da rua Sumaré, em Manaus,  na caminhonete. Ela já estava partindo, quando ele viu um pedacinho de madeira, com um prego, que havia caído no chão. Abaixou-se rapidamente, pegou-o e atirou na caçamba novamente. Acertou por pouco. E lá vai o motorista para o outro lado da cidade. Quando chegou na Avenida Santos Dumont, no entanto, viu um resto de pneu e tentou desviar, dando uma guinada para a direita. Conseguiu evitar o pequeno obstáculo. O pedacinho de madeira com o prego, entretanto, caiu na pista. Uns dois minutos depois, passou o carro do Sr. Antunes, que estava indo para o aeroporto. Estava atrasado, em cima da hora. Ele ia pegar o voo da Tam às 6:50 da manhã. Passou em cima do prego e seu pneu furou, precisou parar. Foi uma dificuldade enorme acertar o macaco, pegar o estepe e trocar o pneu. Perdeu o voo, por pouco. Lá no aeroporto, o Beto era o primeiro e único na lista de espera. Ele estava marcado para o voo da tarde, às 16:30, mas estava tentando sair mais cedo. Ficou muito feliz com a infelicidade do Antunes que ele nem conhecia. Do aeroporto mesmo, ligou para a Regina e  combinou de encontrar a irmã. Normalmente ele iria vê-la só à noite, quando chegasse em seu voo normal. Como tinha pouco tempo para tudo que precisava fazer, achou ótimo poder vê-la antes, assim adiantava toda sua agenda. No dia seguinte, tinha uma entrevista final para um emprego ótimo que havia conseguido em São Paulo.
A irmã desceu do quarto andar onde trabalhava para encontrá-lo numa lanchonete ali perto. Ela estava vindo com uma amiga, a Márcia, que estava indo para casa, pois era seu último dia, tinha arrumado um emprego melhor. Na hora de se despedirem, a Regina lhe perguntou se não queria esperar um pouco, assim conheceria seu irmão de Manaus. Por que não? Entraram, ele já estava lá. Foram apresentados. Tiveram uma incrível atração, logo de primeira. A Regina ficou até sem graça, porém feliz, pois aquele era seu irmão e aquela era sua melhor amiga. Riram muito, ficaram ali mais do que podiam. Despediram-se trocaram cartões, aquela coisa toda.
Não deu outra, começaram a namorar. Além de tudo, o Beto se deu bem na nova firma. Depois de um ano se casaram, com festa e tudo mais. Depois de dois anos, tiveram o primeiro filho, o Marcelo.
Nimguém sabe ainda, mas o Marcelo vai ser uma pessoa muito importante, vai ter uma grande carreira e vai ajudar muita gente. É o garoto do começo da história, que agora tem três anos. Ele não existiria se o Felício errasse a pontaria e não conseguisse colocar a tabuinha com o prego dentro da caçamba. O prego não cairia na Avenida Santos Dumont, não furaria o pneu do Antunes, que pegaria o voo, deixando o Beto para o voo da tarde. Ele chegaria na casa da irmã só à noite, não veria a Márcia, etc. etc. etc...

Às  vezes um prego, mesmo enferrujado, é extremamente importante. É tudo relativo.



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